O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou uma estimativa que apontou o aumento de 38% no número de pessoas em situação de rua no Brasil nos últimos três anos e um crescimento de 211% na última década.
Esta população, em 2019, era de 204.660 pessoas. Com este aumento, hoje são 281.472 moradores de rua no país. Em 2012, o número de sem-tetos chegou a ser de 90.480 pessoas.
A crise financeira – impulsionada pela pandemia da Covid-19 – é um dos principais fatores para este aumento. Segundo o pesquisador do Ipea, Marco Natalino, a falta de renda é uma das grandes responsáveis por levar um indivíduo a viver em situação de rua.
“O fator econômico inclui falta de renda e de oportunidade de trabalho nos locais de moradia. Isso se manifesta também no caso de pessoas que até têm uma habitação longe dos grandes centros, mas passam a semana ou vários dias dormindo de forma improvisada nas ruas e trabalhando como lavador de carro, ambulante e outras coisas”, afirmou o pesquisador.
Atualmente, o Brasil carece de dados oficiais sobre a população sem moradia – ficando de fora, inclusive, do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que contemplou apenas pessoas domiciliadas. A pesquisa do Ipea foi feita com base em dados das prefeituras municipais e do CadÚnico – do Governo Federal.