O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) anunciaram a retomada do serviço de transplante de pulmão no estado. O procedimento, que foi realizado no estado de 1998 a 2014, estava suspenso desde então devido à falta de equipe ativa para o transplante do órgão. Os pacientes com indicação de transplantes de pulmão, até então, eram cadastrados em lista de espera de outros estados e encaminhados para acompanhamento via tratamento fora do domicílio (TFD). Em 2023, 18 pessoas entraram nesta lista.
O secretário de saúde do Estado, Fábio Baccheretti, também anunciou investimentos para a realização de transplante de coração em crianças.
“Hoje é um dia histórico para Minas Gerais. Além de resgatarmos o transplante de pulmão, que há nove anos não acontece no nosso estado, trazemos mais um investimento para garantir também o transplante de coração em crianças. Existe um procedimento que chama Ecmo (oxigenação por membrana extracorpórea), que não faz parte do rol de procedimentos do SUS, e agora estamos investindo recursos para ter esse transplante acontecendo aqui”
A retomada dos transplantes de pulmão e o transplante de coração em crianças são duas ações da Política Continuada de Ampliação à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovada no último mês de agosto na Comissão Intergestores Bipartite – CIB (que regulamenta as políticas de Saúde no âmbito da gestão do SUS no estado), que vai destinar R$ 9,79 milhões anuais aos Fundos Municipais de Saúde e entidades sob gestão estadual. Ainda em 2023, está previsto o repasse de R$ 2,32 milhões para qualificar as ações realizadas pelas Comissões Intra-Hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos para transplantes.
Os recursos anuais também serão utilizados para viabilizar a implantação e manutenção de novos serviços de transplantes pediátricos (cardíaco e hepático) e pulmão; e fomentar a ampliação da realização de transplantes de coração, fígado, rim, pâncreas, pâncreas-rim e tecidos oculares em Minas Gerais.
Fábio Baccheretti destacou que não só os mineiros serão beneficiados. “Vamos começar a receber pacientes do Espírito Santo e também da região Centro-Oeste. Então, em vez de entrarmos na fila de outros estados, como era até então, nós é que vamos receber esses pacientes”, celebrou.
O secretário salientou que a captação de órgãos ainda é um grande desafio para os transplantes. “Temos uma taxa de recusa das famílias de mais de 40% na doação de órgãos e precisamos ampliar essa captação. Para isso, uma das estratégias é capacitar cada vez mais as equipes e conseguir também reduzir o tempo de diagnóstico da morte encefálica, a fim de viabilizar o transplante. E o mais importante, é preciso que todos informemos às nossas famílias que somos doadores”, declarou ele.
Com informações da Agência Minas