Minas Gerais lidera o ranking de trabalhadores resgatados no país em situação análoga à escravidão. Só em agosto, das 532 pessoas resgatadas, 204 estavam no Estado, o que representa um total de 40% dos casos. Os dados são do Ministério Público do Trabalho (MPT) e foram registrados durante a Operação Resgate III. A maior parte das vítimas estava em áreas rurais.
As ações de fiscalização contaram com mais de 70 equipes que participaram de 222 inspeções em 22 estados e no Distrito Federal. Essa é a maior operação realizada em conjunto por seis órgãos: Polícia Federal (PF), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Ainda conforme os dados, as atividades com maior número de trabalhadores foram o cultivo de café, de alho, batata e cebola. Já na área urbana, os maiores resgates foram em restaurantes, oficinas de costura e construção civil, além do trabalho doméstico. Números consolidados do primeiro semestre deste ano mostram que o total de resgates, no período, chegou a 2.077.
O valor pago pelos empregadores em verbas rescisórias chegou a R$ 3 milhões – mas esse total vai aumentar. Segundo o Ministério do Trabalho, muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão enviados para a justiça. Além de Minas Gerais, Goiás também aparece no topo da lista com 126 pessoas resgatadas. São Paulo ocupa o terceiro lugar, com 54 trabalhadores encontrados em condição de escravidão.