O Laboratório de Conservação e Restauração de Obras Raras da UFSJ (Labdoc) restaurou dois lenços em tecido de algodão bordados pelo marinheiro João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, em 1910, no Rio de Janeiro. Os lenços, chamados Amor e O adeus do marujo, chegaram a São João del-Rei pelas mão dos são-joanense Antônio Guerra e foram doados ao Museu Thomé Portes del-Rei.
O trabalho de restauração foi desenvolvido pelo técnico em restauração do Labdoc, Saul Ferdinando de Oliveira Carvalho, por meio de um convênio entre o laboratório e a Prefeitura de São João del-Rei, que cedeu o material necessário, inclusive as molduras específicas para a conservação das peças. De acordo com a avaliação de Saul, a dificuldade não foi restaurar o material, mas conseguir as molduras corretas no mercado.
Atualmente, os lenços de João Cândido estão em exibição na 34ª Bienal de Arte de São Paulo, que tem como tema “Faz escuro, mas eu canto”. Para Saul Carvalho, a apresentação das peças na maior exposição coletiva de arte do país revela um lado até então desconhecido de João Cândido e garante mais visibilidade para o trabalho do Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos e Obras Raras da UFSJ.